domingo, 30 de agosto de 2009

Coisas pra se pensar

Sou gente séria ...
Ma non troppo...

Se me convidam pra sair
Eu topo!
Mas tem que ser moço bonito
E sem defeito nenhum,
Pois defeitos já tenho muitos!

O passeio tem que ser elegante e divertido
Para poder continuar...
Se quiser é assim,
Senão não tem o que conversar.

Se gostar, gostou,
Se não gostar
Que gostasse antes de começar.

Sou gente séria...
Ma non troppo....

Lilia Maria
Escrita em 31/10/2005

Um dia a tristeza veio me visitar... Passei meses e meses tentando fazê-la partir. E nada! Ela ficava ali... instalada.. como se fosse a dona da casa...
De repente, conversando com a Marcia Pitta, companheira de muitas jornadas, acabei achando a solução... Sair, passear, ver gente nova, bonita, inteligente... Despertar para a vida outra vez.
E assim foi. Achei o moço (não tão moço) bonito. Defeitos ele tinha muitos, mas era encantador. Os passeios eram mais do que elegantes e muito, muito divertidos.
Pena que acabou...
Mas a tristeza se foi e deu lugar a uma imensa vontade de viver. Ando meio reclusa, é verdade... Mas sem tristeza. A companheira de morada agora se chama pós-graduação, mas esta tem data para partir...
Em tempo: esta solução é trivial, porém se não for realmente desejada, não adianta. Fica tudo igual e a tristeza, cada vez mais poderosa, cada vez mais dona da situação.

sábado, 29 de agosto de 2009

Smile

Smile,
Tough your heart is aching
Smile,
Even though it's breaking,
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile
Through your fears and sorrow, smile
And maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through for you.
Light up your face with gladness,
Hide ev'ry trace of sadness,
Altho' a tear may be ever so near,
That's the time you must keep on trying,
Smile,
What's the use of crying,
You'll find that life is still worh,
while,
If you just smile.

Charles Chaplin

Uma música romântica para embalar meu sábado...
Recadinho: Ana Paula, esta é para você.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Canção da América

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na
América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou

Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier

Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Milton Nascimento

A gente vai se encontrar sim...
Nada acontece por acaso...
Minha caixinha está lacrada de novo...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Fiquei louca?

Deveria ser um conto de fada,
Mas no caminho só encontrei bruxa.
Puxa! Já beijei um príncipe
E ele não virou sapo...

Chega de papo!
Conversa fiada
Não leva a nada.

Era um sonho louco.
Procurava o coração
Que pela boca me saiu
Ao bater alucinado.
Coitado!
Ele, que só queria se apaixonar,
Das amarras se livrar,
Foi se deixando levar
Pelo sentimento mais inocente,
Mais puro,
Mais decente,
Que alguém já pode ter.

Por os pés no chão?
Voltar a ser prudente?
Não tem graça!
Me prefiro meio doidinha,
Meio levada da breca,
Parecendo a eterna moleca,
Que andava perdidinha
No meio do turbilhão.

Lilia Maria

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Divagando

Quando acaba a primavera
Ainda há flores a desabrochar.
É como chegar na velhice
E de novo aprender a namorar.
´
Parece que não há novidade
No aprender reaprendendo
Mas, se engana quem assim pensa.
É sempre como a primeira vez.

Reaprender aprendendo
Ou aprendendo a reaprender?
Nunca é como foi..
E nunca foi como será...

Lilia Maria

sábado, 8 de agosto de 2009

Vô Pedro

Hoje, quando sai para terminar de comprar algumas coisas para o almoço do dia dos pais, fiquei lembrando como era comemorado quando eu era menina.

Como era festa do pai, meu pai ficava com o seu pai. Vovô, como toda pessoa idosa, achava que era o último ano que podia estar reunindo a família, fazia questão nessas datas comemorativas, de dar uma “passadinha” em Amparo, cidade onde nasceu.

Meu avô, Pedro Marcello Faccio era o sétimo filho de Domingos e Josephina Faccio. Foi o terceiro a nascer no Brasil. Antes dele nasceram Américo e Brasília. Como a saudade da sua terra natal devia ser muita, o filho mais novo, por motivos óbvios, recebeu o nome de Remo Ítalo. Vovô nasceu no dia 2 de Julho de 1899. De vez em quando as pessoas brincavam dizendo que ele era do “século passado”. Hoje eu sou do século passado e nem sou avó. Aliás, minhas filhas nunca poderão dizer que sou antiquada por que sou do século passado, afinal de contas elas também são.

Engraçado, tem horas que eu acho admirável que uma pessoa que praticamente só aprendeu a ler e escrever, fosse dono de uma cultura tão grande e diversa. Lembro-me bem que quando fui à Europa pela primeira vez, ao passar por lugares históricos, ele sempre tinha alguma coisa a acrescentar após a fala dos guias turísticos.

Em outras horas eu fico muito decepcionada em pensar que meu pai não estudou porque seu pai achava que um filho só podia saber até o que o pai sabia. Ele não queria um filho doutor. Esse povo antigo tinham umas idéias que são simplesmente inacreditáveis.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A lição que quero aprender

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.

Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.

Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.

Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não?

Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.




Luís Fernando Veríssimo