quinta-feira, 30 de junho de 2011

Coisas do inverno I - Paris

Paris. Três graus abaixo de zero. Nem o casaco nem o cachecol conseguem fazer o frio parecer menos frio. Vendedores de castanhas estão por toda parte. Cinco francos por cinco delas. Assadas na brasa, quentinhas... Dois pacotinhos, um para cada bolso. Pelos menos as minhas mãos estão quentinhas. Adoro este clima. Sigo meu caminho admirando a beleza dos prédios antigos, mas confesso que, apesar de tudo, eles me parecem mais bonitos na primavera. Faltam as flores.




Lilia Maria

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fiquei louca?

Deveria ser um conto de fada,
Mas no caminho só encontrei bruxa.
Puxa!
Eu beijei um príncipe
E ele não virou sapo...
Chega de papo!
Conversa fiada
Não leva a nada.

Era um sonho louco.
Procurava o coração
Que pela boca me saiu
Ao bater alucinado.
Coitado!
Ele, que só queria se apaixonar,
Das amarras se livrar,
Foi se deixando levar
Pelo sentimento mais inocente,
Mais puro,
Mais decente,
Que alguém já pode ter.

Por os pés no chão?
Voltar a ser prudente?
Não tem graça!
Prefiro ser meio doidinha,
Meio levada da breca,
Parecendo a eterna moleca,
Que andava perdidinha
No meio do turbilhão.

Lilia Maria


Retomando velhos escritos...
Não sou nem doidinha nem levada. Sou comedida demais. Isso é um problema. Penso tanto em não magoar as pessoas, em ser correta, leal, verdadeira que muitas vezes a única que sai chamuscada sou eu. Não importa. Não vou mudar agora. E se tiver que chorar, vou chorar. E se tiver que rir, vou rir. Vou viver e não apenas sobreviver...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Dor de amor

Onde dói o amor perdido?
Como é a dor do amor doído?
É dor latente,
Dessa que enlouquece a gente?
É dor ardida
Como de uma profunda ferida?
É dor dormente
Como se fora um membro amputado que ainda se sente?
Onde dói a dor de amor?
Na alma?
No coração?
Só sei que não é como a dor doente,
E doi de forma diferente.
Não adiante pílula ou compressa,
Não tem cura por promessa.
Mas passa, um dia passa,
E se não passar, paciência,
Aprenda a com ela conviver.

Lilia Maria

Era mais ou menos isso.
Hoje estava no banco anotando coisas na minha agenda e li um poema que falava das nossas dores do corpo e da alma. Um poema inspirou outro...

Em tempo:
Rogério, esta agenda é uma grande companheira. Obrigada.

Partilha

Parte
a parte
de quem parte.

Parte
o pouco
da parte de quem fica.

Que parte
me cabe
nesta partilha?

Aparte
a parte de um,
reparte a parte do outro.

Quem parte
e reparte,
nem sempre toma parte.

Lilia Maria

Falando pra mim...

Cabeça de vento,
Tome tento
E para de sonhar.
Sinta o perfume da noite
Que vem de trás da cadeira
Onde você foi se sentar.
Não pense,
Não chore,
Não sinta saudade.
Um dia tudo entra no lugar.
Ah! As voltas que o mundo dá!

Lilia Maria

Hoje à tarde reparei que apesar de estarmos quase no final de junho, a minha flor-de-maio está coberta de botões. Reparei também que a minha dama da noite está exibindo lindos cachos prestes a desabrochar.
Agora pouco sentei na varanda. Estou sozinha em casa, as meninas foram viajar. O perfume doce e delicado estava espalhado no ar. Que delícia! Esta é uma noite perfeita para sonhar...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O dia em que eu virei torcedora do Santos

Não foi ontem não. Nem foi no dia de alguma vitória espetacular da era Pelé. Faz muito, muito tempo.
Sou descendente de italianos tanto por parte de pai como de mãe. Mas os Faccio’s sempre me pareceram mais italianos que brasileiros. E como bons “italianos” eram fieis torcedores do Palestra. Sim, Palestra Itália, o nome abrasileirado, Palmeiras, não fazia parte do vocabulário da família.
Meu pai sempre se orgulhou de ter sido jogador do time. Dizem que lá no museu do futebol tem algumas fotos dele com o resto do elenco em algumas partidas. Um dia ainda vou lá para conferir.
Meu avô era um torcedor tão fanático que assistia às partidas ao vivo, colado na televisão. E depois, tarde da noite, quando exibiam os VTs, ele continuava torcendo como se a qualquer momento fosse acontecer uma jogada diferente daquela que ele já havia visto.
Lembro-me que aos domingos, depois de nos reunirmos para o almoço de família, à tarde os homens se juntavam para ver futebol, as mulheres conversavam fazendo tricô e nós, as crianças, brincávamos no quintal. Mas, naquele dia estávamos todos na frente da TV. Creio que era algum final de torneio. Santos e Palmeiras disputavam o título. Eu devia ter mais ou menos três ou quatro anos, não mais do que isso. Estava sentada no chão ao lado do meu irmão que era um santista declarado.
O jogo nervoso, disputado, que para alegria dos mais velhos foi vencido pelo Palmeiras. Meu irmão estava choroso, triste pela derrota do seu time. Meu avô, dono de uma sensibilidade de fazer inveja a qualquer elefante despencando em um carrinho de rolimãs solto numa ladeira, bateu na cabeça dele e sentenciou: - Passe a torcer para um time de gente... Ele retrucou prontamente: - A partir de hoje sou corintiano! O Corinthians era o time do coração de toda a família da minha mãe.
Eu, que sempre fui solidária com a causa dos fracos e oprimidos desde a mais tenra idade, não falei nada. Apenas abracei o meu irmão e pensei com os meus botões: - A partir de hoje sou santista.
Nunca escondi isso. Vibrei feliz a cada vitória, me calei diante das derrotas, mas nunca admiti que ninguém, nem de um lado da família nem do outro me falasse absolutamente nada, muito menos que escolhessem por mim o time pelo qual deveria torcer por livre e espontânea pressão.





Lilia Maria

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dança das cadeiras:

Usando geoinformação na resolução do problema de vagas nas pré-escolas públicas da cidade de São Paulo.




Título e subtítulo da minha dissertação de mestrado.


O que uma coisa tem a ver com a outra?


Tudo a ver...


Na brincadeira quem não tem cadeira para de brincar, nas escolas públicas, quem não tem cadeira para de estudar. Mas há uma diferença fundamental: na brincadeira as cadeiras são retiradas uma a uma. Já nas escolas, por mais vagas que se abram, sempre tem tido mais e mais crianças esperando pela sua.


A relação VAGAS X CRIANÇAS pode ser resolvida, mas não pode ser apenas de forma biunívoca, isto é, não adianta ter X crianças na zona norte e X vagas na zona sul. Tem que ter vagas onde as crianças estiverem. Daí a importância fundamental da geoinformação.


O trabalho ficou bonito e simples de aplicar.


Quem se interessar é só me procurar.




Lilia Maria

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Minha flor

Era tão bela
Aquela rosa amarela
Que nasceu no meu jardim.
Desabrochou antes da hora,
Enfeitando a aurora,
Que veio me despertar.
E por ser tão apressada,
Acabou atropelada
Pela própria ansiedade
De exalar todo o perfume
Que cabia em seu viver.
Não era para deixar a rosa morrer...
Mas acabou despetalada,
Moribunda ainda encantada
Que viu o dia nascer.

Lilia Maria

domingo, 19 de junho de 2011

Bendito seja

Bendito seja
Quem me faz sonhar com pecado,
Mas viver como santa.

Bendito seja
Quem me faz crescer aos olhos do mundo
E manter a menina ainda viva.

Bendito seja
Quem conhece meus mais loucos segredos
E não me julga por eles.

Bendito seja
Quem me mostra o outro lado de tudo
E mesmo assim me fascina.

Bendito seja
Meu mais lindo e fiel amigo.
Sempre e para sempre.

Lilia Maria

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O que move o mundo

Quem pode, pode,
Quem não pode, pede.
E perde de lavada
Na próxima jogada.

Quem sabe, sabe,
Quem não sabe, fica quieto.
Quem fala o que não sabe,
Sabe que fica sem saber.

Quem semeia, colhe,
Quem não planta, não come,
Mas quem tem dinheiro, paga
Pelo pão que vai comer.

Lilia Maria

Conquistando

Quem nada de braçada
Sem medo de afundar
Pode chegar mais perto
De onde gostaria de estar.
Remando no mar da vida,
Saiba a hora de de parar,
De esperar um tempo,
De continuar.
E se tiver que voltar
Ao ponto de partida,
Não dê a batalha por perdida.
Só fica parado
Quem tem medo de viver,
De começar
E recomeçar
Milhares de vezes
Se preciso for.
A vida é assim.
Respire fundo,
Siga em frente,
Busque o melhor de si mesmo
Dentro do seu infinito coração.

Lilia Maria



Este poema foi "batizado" por Rô Martins.


Só não avança, não conquista nada na vida quem para diante dela, quem busca os caminhos mais fáceis, os atalhos. Quem quer chegar mais longe tem que dar de si, o melhor.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quase um haicai

Sou viajante neste mundo de Deus,
Sou a concha pedida na areia,
Sou o ponto sem final.

Busco o porto para atracar,
A onda para voltar ao mar,
A frase para acabar.

Vim com o vento,
Na poeira que ele levantou
Nos lugares por onde passou.

Volto envolta na névoa
Que escurece o sol da manhã
E se desfaz no calor o dia.

Vou contente ao encontro da vida,
Do pulsar da emoção contida
No tropeço que não pude evitar.

Estou latente na calma aparente
Que um dia tende a acabar
Neste meu suave caminhar.

Lilia Maria

terça-feira, 14 de junho de 2011

Jogando poesia fora...

Vinha no trem pensando
Coisas que tinha que escrever,
Mas ficou tudo entalado,
Enroscado na ponta do lápis
Quando desci na estação.
Bota a cabeça pra funcionar,
Que as palavras vão sair.
Idéias explodem de vez
Quando nada mais cabe
No lugar que eu guardo o pensar.
Vai lá que quase não há mais espaço,
É só mais um pensamentinho
E o cérebro espatifa de vez...


Lilia Maria

Preciso mudar o título da dissertação.
Dança da cadeiras... Adorei... Foi assim que espliquei o problema de pesquisa.
Mas tem que ter geoinformação... Não pode ser geotecnologia, não...
Tem que ter a cidade de São Paulo...
E não é educação infantil, é pré-escola...
E não tem decisão, tem resolução...
Ave Maria!!!! Me socorre minha santinha!!!
Estou atolada no angú...


Em tempo: o título devia ser "jogando conversa fora", mas escrevi o poema... rs...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vô Antonio

Hoje, dia de Santo Antonio, acordei lembrando-me do Antonio que fez parte de minha vida e que jamais irei esquecer.
Um homem alto, forte, enérgico, com os cabelos brancos já rareando nas têmporas, sua elegância natural, seu bigode cuidado com carinho, seus olhos vivos e brilhantes, sua paciência, sua sabedoria.
Lembro-me bem dele chegando em minha casa, com seu paletó e gravata, como se fosse a uma festa. Sempre acompanhado da fiel companheira de todas as horas, minha avó Maria, realmente era uma festa cada uma das suas visitas. Eu era pequena, tinha mais ou menos 4 ou 5 anos. Mal ele chegava e sentava numa das cadeiras da cozinha, eu me aboletava em suas pernas para brincar de cavalinho. Uma delícia! Não creio que haja entre seus 17 netos, quem nunca tenha feito isso.
Nesta época, enquanto meu pai manteve o primeiro sítio de Cotia, sempre houve uma festa, com muita música, quentão e pipoca, em sua homenagem. Ele preparava o mastro das bandeirolas, trazia na bagagem rojões que soltava a cada convidado que chegava.
Foram anos de férias inesquecíveis, tanto no sítio como em São Carlos. A sua maior alegria era ver a casa cheia, era sentar à mesa reunindo a família com comida farta. Vovó era uma cozinheira de mão cheia, acho que herdei dela o gosto de fazer o prato preferido das pessoas que quero bem.
Quando fui estudar na EESC, ele ficava incomodado ao me ver vestindo calça comprida ou bermudinhas para ir à universidade ou mesmo sair para encontrar os amigos. Ele dizia que daquele jeito eu nunca ia ter um namorado. Um dia ele me disse que quando fosse a São Paulo na próxima vez iria me comprar roupas adequadas. Ri muito imaginando como seria vestir roupas parecidas com as da minha avó. Vovó nunca usou calça ou mesmo maiô na praia. Ele se orgulhava todo ao dizer que as pernas dela só ele havia visto.
Um dia resolvi fazer a tal roupa adequada. Comprei um corte de tecido com flores miúdas e mandei fazer um vestidinho bastante comportado, de mangas compridas, milhões de botõezinhos e no meio dos joelhos. Me vesti assim, e fui jantar. Ele bateu palmas ao me ver. Mas, para sua surpresa (ou tristeza) a alegria durou pouco. Assim que terminei de jantar, coloquei outra roupa e fui passear. Só o vi sentado em sua cadeira que balanço e dizendo com ar de insatisfação: essa não tem jeito não.
Nunca imaginei minha vida sem os dois, e já fazem mais de vinte anos que eles se foram. Vovô morreu de velhice. Vovó nunca se conformou. Seu travesseiro continuou ao seu lado, seu lugar à mesa nunca foi ocupado, ela nunca deixou a sua casa e acabou morrendo de amor alguns anos depois.
Meu Antonio inesquecível viverá para sempre nas lembranças de seus filhos, netos e dos bisnetos que o conheceram. Todos nós temos histórias para contar e certamente nenhuma é triste.
A sua bênção meu avô!





Lilia Maria

domingo, 12 de junho de 2011

Jantar do dia dos namorados

Comprei meia dúzia de camarões. Os maiores que encontrei. Eles estão marinando no limão cravo, sal, cebola e alho. Vou deixar um bom punhado de salsinha e alho bem picados e um pouco de arroz pronto.
Pouco antes da hora do jantar, vou fritar os camarões na manteiga. Depois de prontos, vou tirá-los da frigideira e colocar nela o alho e a salsinha. Quando o alho estiver douradinho, vou misturar com o arroz na própria frigideira. Hummmmmm... Bom demais...
A varanda vai estar decorada com velas e os candeeiros estarão acesos. A mesa posta para dois, estará enfeitada de pequenas flores.
Aí é arrumar o prato. Três camarões em cada um e o arroz. Invente! Use toda a imaginação.
Duas enormes taças de vinho branco seco e um brinde: ao amor! Que ele nunca nos falte! E está servido o jantar.
Sobremesa? Mousse de chocolate enfeitado com pequenos confeitos em forma de corações. Um cálice de vinho do Porto, muito carinho e muito dengo pode ser um bom prólogo para o gran finale.
Aí é dormir de colherinha, que com este frio, é a melhor coisa do mundo.

Lilia Maria






Gostaram? Sonhar não é proibido...

sábado, 11 de junho de 2011

Conto de outono V - final

De volta à casa. Nada hoje me fez lembrar onde eu estava e o que eu fazia quando gravei a imagem do rosto de pedra. Preciso esquecer.
Deito em meu travesseiro, fecho os olhos e relaxo. Lembranças voltam como um sonho. Vejo a mocinha vestida de preto. Ela tenta escapar de quem está no caminho. Um passo em falso, um tropeço e dois braços fortes a seguram antes da queda. Assustada ela levanta os olhos e mal consegue ver quem a abraça. Está trêmula. Tão trêmula quanto os braços que a enlaçam. É pura emoção. Não adianta se debater. Está cativa, entregue. Suas pernas não obedecem ao comando da mente. O coração bate forte. Apenas um segundo, mas parece toda uma vida. O beijo é inevitável. Os lábios se tocam de forma doce e gentil. E se entreabrem para saborear em êxtase o momento de abandono.
Digo a mim mesma:
- Ô louca! Não mude a realidade do passado ao sabor dos seus devaneios. Não aconteceu e nada faz isso mudar...
O sonho se apaga. Deixo o sono me arrebatar. Preciso descansar.
Não quero mais lembrar de quem é o rosto de pedra. Não quero mais decifrar aquela voz. A realidade se impõe mais uma vez. Um último verso paira no ar:



Se mesmo no final da vida
Meu lindo sonho se realizar,
Direi feliz, não foi perdida
Toda esperança que vivi a sonhar.





Lilia Maria

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ciclos

Todo dia nasce
Esperando o sol aquecer.
Todo dia nasce
Para haver um entardecer.
Todo dia nasce
Para na calada da noite morrer.

Todo dia acontece,
Toda noite escurece,
Toda vida se esvai.
Nasce e renasce...
É eterno, eternamente.


Lilia Maria

E assim vou chegando ao fim...

... e termino meu trabalho querendo dizer que Geotecnologia é a realidade a ser abraçada por todos os gestores que querem saber onde está a sua clientela, como ela está sendo atendida, quem não está gozando dos seus direitos, onde estão os problemas e como solucioná-los de maneira eficiente e eficaz.
Termino fazendo coro à fala do professor Câmara que sabiamente preconisa:
“Se onde é importante para seu negócio, então Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho".
Quero aqui, mais uma vez agradecer aos meus amigos por todo carinho, atenção, palavras de incentivo, dicas e sugestões. Quero agradecer também a quem me colocou de “castigo” diversas vezes e me cobrou que eu terminasse a minha tarefa. Amo você! Amo vocês, pessoas lindas que me acompanharam nesta jornada.
Beijos a todos

Lilia Maria

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Na terra do nunca

Nunca mais chore.
Nunca mais estarás só.
Nunca amei ninguém assim.
Nunca pensei que fosse possível.
Nunca pensei em viver isto.
Mas...
Nunca mais escreva.
Nunca mais pense.
Nunca mais fale.

Nunca mais sonhe.
Nunca mais aguarde.
Mas...
Nunca me esqueça,
E ore por mim.
Assim seja...


Lilia Maria

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dica para espantar o frio

A cama está fria? Os pés gelados? Já se enrolou em todas as cobertas da casa e nada de esquentar? Garrafa PET é a solução...
Minha filha, Andrea, morou por um ano em Barcelona. Foi de lá que ela trouxe a idéia.
Num dia de muito frio, quando fui me deitar, reparei que havia um “morrinho” na minha cama. Achei que era apenas um dobra do edredom. Enfiei-me debaixo das cobertas rapidinho, já imaginando quanto tempo levaria para ficar quentinha e dormir.
Qual não foi a minha surpresa ao sentir a cama morninha, daquele jeitinho que convida a gente a relaxar e sonhar... Ah! É tudo de bom!
A minha filhotinha linda, sabendo que eu sinto muito frio nos pés, resolveu esquentar a minha cama da forma que ela havia aprendido no alojamento da Universidade. Esquentou água, encheu as garrafas PETs vazias que encontrou e colocou sob as cobertas das camas da casa. Todos aqui se deliciaram com o carinho desta mocinha que tem o coração maior que ela mesma.
Dica para quem quiser experimentar: a água não pode ser fervente, pois deforma a garrafa, mas se deformar, sem problemas, atarraxe bem a tampa, verifique não tem vazamentos e coloque-a sob a coberta um tempo antes de ir deitar.
... e bons sonhos!!!!





Lilia Maria

terça-feira, 7 de junho de 2011

O "Pai Nosso" que Jesus me ensinou

Pai nosso que está nos céus
Zelando por nós e por nossa jornada,
Santificado seja o seu nome
E que nunca o usemos em vão,
Que o seu reino possamos habitar,
Pois és generoso em sua acolhida.
Que a sua vontade prevaleça sobre os nossos desejos
Tornando-nos dignos de suas bênçãos
Em todo o tempo e lugar.
Dê-nos Senhor, o pão que alimenta o espírito
E nos faz viver dentro dos seus ensinamentos
De bondade, justiça e amor.
Que os nossos pecados sejam compreendidos e perdoados,
Pois o perdão e a compreensão devem fazer parte das nossas vidas
E de todos aqueles que nos cercam.
Não nos deixe trilhar caminhos escuros,
Sem a sua luz que nos mostra

Quem somos,
Por que somos
E onde estamos.
Dê-nos Senhor um voto de confiança
E nós mostraremos que somos dignos do seu amor infinito.
Agora e para sempre,
Amém

Lilia Maria




Quando eu era menina morava em um apartamento no centro da cidade de São Paulo. Na parede do corredor de distribuição dos cômodos havia um quadro do Sagrado Coração de Jesus. Foi diante dele que aprendi a rezar.
Quando eu tinha mais ou menos 15 anos, mudei para a casa do Sumaré. O quadro foi colocado no hall da escada que levava ao piso superior. O lugar era muito propício, pois logo que levantava e descia para a cozinha para tomar o café da manhã para depois sair e começar o dia, descendo a escada, era natural vê-lo e fazer a oração da manhã.
Um dia eu estava sozinha em casa. Já era o fim da tarde e estava escurecendo. Ao descer a escada apenas calçando um par de meias, escorreguei nos primeiros degraus e acabei descendo a escada na posição de sentada. Doía tudo. As lágrimas escorriam pelo meu rosto. E não era só pela dor, mas também pela tristeza que estava sentindo. Eu nunca fui uma adolescente rebelde, pelo contrário, era dócil e obediente, mas me sentia feia e abandonada. Tinha os meus motivos...
De repente ergui os olhos e vi o sorriso bondoso de Jesus. Era como se ele compreendesse o que eu sentia. Começamos a conversar. Sim, conversar. Eu falava e ele me respondia. Comecei a ver que eu precisava mudar muitas coisas em minha vida para ser feliz.
As nossas conversas acabaram se tornando quase que diárias. Eu me sentava na escada e era como se Ele saísse do quadro e viesse se sentar ao meu lado.
Um dia ele me perguntou se eu já havia me dado conta que essas nossas conversas eram a minha forma de orar. Desde este dia, rezar não é para mim desfiar o rosário de orações prontas que aprendi durante o meu "Postulado da Oração". Muitas vezes, Jesus me desafiava a transformas aquelas orações prontas em outras.
Assim, hoje estou postando o "Pai Nosso" que Jesus me ensinou.

Até breve...

Vi seu vulto se afastando,
Ao meu redor tudo se apagando,
Eu acordei chorando,
E o seu nome suspirando...



Nem sempre os sonhos trazem a alegria de momentos que queremos viver em tempo real. Eles pode refletir coisas que temos medo que aconteçam. E elas acontecem...

Já passei por momentos difíceis, por perdas que me deixaram completamente sem saber o que fazer. Hoje esssas coisas não me assustam mais.

Sei que as feridas cicatrizam... Deixam marcas, mas depois de um certo tempo param de doer.

Esta quadrinha me acompanha há anos... A cada momento ela tem um significado. Hoje ela foi lembrada para dizer adeus a um amigo que se foi...


Lilia Maria

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Canto contido

Poeta bom de trova
Ensinou-me a recitar
Os versos que hoje escrevo
Para as montanhas e campinas,
Para as sombras do luar.
Não me falta inspiração
Se deixar a minha alma voar
Nas pradarias deste rincão
Que hoje vim visitar.
Canto as águas do riacho,
Que da pedra fez o seixo
De tanto levá-la pra lá e para cá.
Canto a saudade do caboclo,
Que perdeu a felicidade
Que custou muito a encontrar.

Quando acabar o meu cantar,
Vou sair a campear
Meu destino, minha vida,
Meu alento, meu lugar.


Lilia Maria

Estava eu em Poços de Caldas,
Quando a inspiração veio me encontrar....

Obra divina

A flor apaixonada
Recebeu, muito encantada,
O pólen que significava perpetuação da vida,
Trazido nas asas coloridas
O irrequieto colibri.
Assim foi emprenhada
E ficou agradecida
Por estar preparando as sementes
Que na primavera seguinte,
Cumprindo um ciclo sagrado,
Outras flores iriam gerar.
Flores com o mesmo perfume,
Com as mesmas cores,
Com o mesmo encanto,
Com o mesmo eterno amor
Com o qual cumpre seu destino
Neste mundo comandado por Deus.


Lilia Maria



Assim como entre os humanos, as plantas precisam do toque, do contato, de um grão que se funde a outro, para que possam reproduzir-se e manter-se vivas.


"As flores que desabrocham na primavera foram geradas no inverno."


Sempre haverá uma primavera depois de um inverno, basta saber esperar o tempo passar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

No caminho das Gerais

As montanhas verdejantes
Que um dia ouvi falar
Se descortinam à minha frente
Muito antes da fronteira cruzar.
Serras morenas
Escondidas nas sombras do entardecer
Fazem-me vagar pelos sonhos.
Vou desfrutando encantada
A estrada que serpenteia
Entre matas e campinas.
Saio do solo paulista,
Entro em terras das Gerais,
Nos caminhos das bandeiras
Que desbravaram estes quintais.
Saudada pela orquestra de violeiros,
Já não cabe no peito tanta emoção,
Ao escutar muito saudosa
A cantiga do Luar do Sertão.

Lilia Maria


Obrigada André e Ju pela oportunidade de estar aqui com vocês na 42ª Conferência Distrital da União em Poços de Caldas.