sábado, 8 de agosto de 2009

Vô Pedro

Hoje, quando sai para terminar de comprar algumas coisas para o almoço do dia dos pais, fiquei lembrando como era comemorado quando eu era menina.

Como era festa do pai, meu pai ficava com o seu pai. Vovô, como toda pessoa idosa, achava que era o último ano que podia estar reunindo a família, fazia questão nessas datas comemorativas, de dar uma “passadinha” em Amparo, cidade onde nasceu.

Meu avô, Pedro Marcello Faccio era o sétimo filho de Domingos e Josephina Faccio. Foi o terceiro a nascer no Brasil. Antes dele nasceram Américo e Brasília. Como a saudade da sua terra natal devia ser muita, o filho mais novo, por motivos óbvios, recebeu o nome de Remo Ítalo. Vovô nasceu no dia 2 de Julho de 1899. De vez em quando as pessoas brincavam dizendo que ele era do “século passado”. Hoje eu sou do século passado e nem sou avó. Aliás, minhas filhas nunca poderão dizer que sou antiquada por que sou do século passado, afinal de contas elas também são.

Engraçado, tem horas que eu acho admirável que uma pessoa que praticamente só aprendeu a ler e escrever, fosse dono de uma cultura tão grande e diversa. Lembro-me bem que quando fui à Europa pela primeira vez, ao passar por lugares históricos, ele sempre tinha alguma coisa a acrescentar após a fala dos guias turísticos.

Em outras horas eu fico muito decepcionada em pensar que meu pai não estudou porque seu pai achava que um filho só podia saber até o que o pai sabia. Ele não queria um filho doutor. Esse povo antigo tinham umas idéias que são simplesmente inacreditáveis.

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