sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Calvário (?)

Foi assim que o mundo viu
O zumbi de retina transparente
Chorando o sangue de suas entranhas
Brotando direto do coração.
Quem é louco?
Quem é tosco?
Perguntas inúteis
Nos tempos de chuva
Que inunda a terra
E a faz flutuar
Toda sujeira que havia no ar.
Segue o caminho
Em tortuosas cenas
Que arrebentam a alma
E arrebatam a calma.
Segue o caminho
Que leva direto a qualquer lugar,
Pois qualquer lugar
Parece mais seguro
Que o ponto de parada
Onde fui te encontrar.

Lilia Maria

A inspiração? Uma amiga que anda passando por terríveis provações.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Abraços...

Você já pensou que um abraço é muito mais íntimo que um beijo?
De repente é assim...
Você mal conhece a pessoa e já oferece o rosto para o beijo...
Os lábios tocam sua pele, solta um estalido e pronto, já foi...
Já o abraço... Ah! o abraço!
A gente não sai abraçando por aí...
Abraço é coração com coração,
Às vezes até batendo em uníssono!
Dois braços o envolvem e oferecem aconchego.
Normalmente este aconchego é mútuo...
Dificilmente alguém abraça sem ser abraçado,
É quase um ato contínuo.
É energia trocada...
É sentimento compartilhado,
Seja ele de alegria ou de pesar.
Os corpos se tocam em muitos pontos,
Você sente o perfume,
Você sente a vibração,
Há sempre emoção...
Não importa o motivo do abraço,
Ele é sempre carregado de carinho,
De vontade de estar junto,
De envolvimento,
De consideração,
De doação,
De respeito.
Seja o abraçado amado ou amigo,
Este é o momento do encontro das almas,
Até porque o amigo sempre é muito amado!

Lilia Maria
22/09/2009


Hoje é aniversário de um velho conhecido. Esta pessoa, mesmo sem saber, morou no meu imaginário anos e anos. Quando ela já estava se tornando um mito, acabei descobrindo que ela é de carne e osso, comete erros, tem seus medos e suas inseguranças como qualquer outro ser humano. Descobri também que esta pessoa tem qualidades incríveis, que superam de longe aquilo que talvez possa ser considerado um defeito. Fiquei realmente encantada. Queria muito tê-la colocado na galaria dos meus amigos queridos, mas infelizmente ficou apenas no quadro das pessoas que admiro. Que pena!
Este poema foi escrito exatamente para esta pessoa. Das poucas coisas que posso lembrar de uma convivência efêmera, uma é um abraço de pesar, e a outra é um abraço que teve a alegria do reencontro.
Enfim, da mesma forma que um dia esta pessoa deixou o sonho e passou para a plano real, nada impede que amanhã ela venha a fazer parte do meu dia a dia.
Feliz aniversário José Roberto! Muito obrigada e que Deus o abençoe por tudo aquilo que sem saber e sem querer você me ensinou.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

História de um poema

Tudo começou assim...
Estava tomando banho
Quando comecei a cantar Ivan Lins...
"Sou caipira Pirapora..."
Sei lá por que me lembrei de um jogral
Que escutei nos tempos de adolescente
E que nunca me saiu da cabeça.
"São Paulo de Piratininga...
São Paulo de muita pinga..."
Juntei com a música e ficou assim:
"Sou caipira,
Mas não sou de Pirapora,
Sou dos campos Piratininga,
Da São Paulo desvairada,
Cheia de muita vida
Mas que às vezes

Tem cheiro de privada..."
Aí sentei no meu micrinho
Fui escrevendo,
Trocando a idéia central,
E nasceu o ”Ciberabraço”
Que nada tinha a ver com a história.
Mas ainda não esqueci a idéia inicial
"Esta São Paulo da latrina
Que a muitos alucina
Pela sua imensidão
E que eu amo de paixão".


Lilia Maria

Este é para a Cristina Rivera, minha amiga e meu "grilo falante" de plantão. Mas não é homenagem não... é apenas a explicação de como foi a criação do "Ciberabraço" que hoje deu muito o que falar.

Ciberpoema (Ciberabraço)

Direto dos campos de Piratininga,
Da São Paulo desvairada,
Segue o abraço cibernético
Seguido do beijo torpedo
(Que o Rogério me permita o plágio),
Para os reais amigos
Que habitam o virtual
Dos Orkuts e dos Plaxos,
Dos Facebooks e dos Sonicos,
Dos e-mails e dos Messengers.

Ontem se colocava a "boca no trombone"
Para reclamar das agruras da vida
Ou para alardear a felicidade extrema,
Hoje Twitamos com muita classe
Em 140 toques do teclado
Deste companheiro inseparável
Que acabou fazendo parte da nossa vida
Quase como uma vestimenta
Que cobre os nossos pudores.

Vamos em frente que a vida não pára,
Não é como o processador
Deste meu pequeno computador
Que obedece direitinho
Quando mando hibernar.
Encontro vocês numa esquina qualquer
Do ciberespaço ou do espaço real
Para um café bem quentinho e
Um dedo de prosa sobre o mundo atual.

Lilia Maria
21/09/2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Hino ao amor

Quando, enfim, a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará, no Céu, te encontrar

Estes são os versos finais na música “Hyme à l'amour”, cuja letra foi escrita por Edit Piaf. Não são versos da música original e sim da versão que, quando eu era menina, cansei de ouvir na voz de Wilma Bentivegna. Confesso que gosto mais da versão do que da música em francês.
Acho que esta música despertou em mim todo o romantismo que me acompanha até hoje. Eu achava linda a declaração de amor que ela encerra... Ela deposita aos pés do amado tudo e abre mão até dos amigos para viver este amor.
Em nome deste romantismo eu queria um amor eterno, que durasse para sempre, que me fizesse prometer tudo que a Piaf promete ao amado nesta música. Eu queria mais do que um “eterno enquanto dure” , eu queria que fosse para sempre, mas nunca foi...
Acho que no fundo, no fundo, ainda procuro por este amor. Se um dia ele já aconteceu só saberei depois da minha morte, quando enfim Deus fará com que eu o encontre. Neste momento eu só posso dizer que cada um dos meus amores foi verdadeiro e pleno a seu tempo. E foram todos inesquecíveis. Um foi apenas uma promessa, o outro a realidade, a vida. Teve o sonho, mas tive que acordar e houve também aquele tão breve quanto um suspiro de alegria. Não sei qual deles eu gostaria de encontrar entre as nuvens. De repente acho que nenhum.
Que o grande amor chegue e arrebate todos os caminhos, todas as promessas e todo o tempo que me restar.
Para quem quiser ver a letra completa da música, aí está:


Se o azul do céu escurecer
E a alegria na Terra fenecer
Não importa, querido
Viverei do nosso amor...

Se tu és o sol dos dias meus
Se os meus beijos sempre forem teus
Não importa, querido,
O amargor das dores desta vida.

Um punhado de estrelas
No infinito irei buscar
E a teus pés esparramar
Não importa os amigos,
Risos, crenças e castigos
Quero apenas te adorar

Se o destino, então, nos separar
E distante a morte te encontrar.
Não importa, querido,
Porque eu morrerei, também...

Quando, enfim, a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará, no Céu, te encontrar

Antes de encerrar quero deixar uma pergunta:
O amor morre? Ou simplesmente ele adormece?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tempo de tristeza

Mais difícil que conquistar todas as pessoas do mundo, Mais difícil que conquistar uma pessoa a cada dia, É conquistar uma única pessoa por toda a vida. Este era o sonho... Este era o desafio... Tenho muitos amigos, Tenho minhas filhas, Tenho muitos projetos, Mas alguém especial, Que me faça rir e sonhar, Que me faça sentir mulher e amada, Isto não tenho não. E aí o caração parece vazio... A vida parece não ter emoção... Fui, Passei, E agora é só o compasso de espera Para o grande final. Se tudo tem seu tempo, Hoje é tempo de tristeza, É tempo de decepção. Lilia Maria

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Martingais

A palavra martingal tem muitos significados, mas o que nos interessa refere-se a um tipo de estratégia de apostas muito popular na França no século 18. A idéia é muito simples e foi concebida para um jogo do tipo “cara ou coroa”, em que o jogador ganha se cair cara e perde se for coroa. Nesta estratégia, deve-se dobrar a sua aposta depois de cada perda de modo que, na primeira vitória as perdas anteriores sejam recuperadas e ainda se tenha um lucro igual ao primeiro valor apostado.

Para que fique claro, daremos um exemplo bastante elementar. Imagine que um jogador aposta R$1,00 na primeira jogada. O oponente aposta também R$1,00. Se ele ganha, recebe os R$2,00, tendo um lucro de R$1,00. Se perder, perde o R$1,00 apostado. Supondo que ele tenha perdido, na segunda rodada ele e o oponente apostam R$2,00 cada um. Se ele ganhar, recebe R$4,00. Seu lucro é de R$1,00, pois ele perdeu R$1,00 na primeira rodada e apostou R$2,00 do seu capital. Se houver a terceira rodada, a aposta deve ser de R$4,00. Se vencer recebe R$8,00, mas o lucro continua sendo de R$1,00, pois ele já perdeu R$3,00 e tirou R$4,00 do seu capital para participar desta rodada. Veja o quadro:



RODADAAPOSTARECEBEPERDELUCRO
1R$1,00R$2,00R$1,00R$1,00
2R$2,00R$4,00R$3,00R$1,00
3R$4,00R$8,00R$7,00R$1,00

Se o jogador tivesse um capital infinito para jogar, certamente ele garantiria o lucro, mas na realidade, ninguém possui tal capital. Mais ainda, dado o crescimento exponencial da aposta, qualquer um pode falir rapidamente em um dia de má sorte. Considerando este mesmo valor para a aposta, em 20 rodadas sem sucesso ele estaria apostando R$524.288,00 e perdido (ou investido) até o momento (considerando a aposta atual) R$1.048.575,00! Seria um investimento muito grande para um lucro insignificante.

O conceito de martingais dentro da teoria das probabilidades foi introduzido por Paul Pierre Lévy
, mas grande parte do desenvolvimento deve-se a Joseph Leo Doob, cuja motivação era de mostrar a impossibilidade de estratégias bem sucedidas para apostas.

Segundo Dobb, a teoria dos martingais ilustra a história da probabilidade matemática. As definições básicas foram inspiradas em noções simples de jogo, mas a teoria se tornou uma ferramenta sofisticada na matemática moderna.
Lilia Maria Faccio
Mais uma postagem diferente. Desta vez é a introdução do trabalho sobre martingais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Geotecnologias na Sociedade da Informação e do Conhecimento

Sociedade da Informação é uma denominação usual para se referir ao mundo contemporâneo, mas levando-se em conta que informação é importante em qualquer sociedade e que esta importância está diretamente ligada à sua transformação em conhecimento, seria então mais adequado usar o termo Sociedade do Conhecimento (Sorj - 2003). Mas, tanto quanto a informação, o conhecimento sempre esteve presente em todas as épocas. Da mesma forma, informação geográfica ou geoinformação não é algo que apareceu com o advento das novas tecnologias. A partir do momento que o homem desenhou o primeiro esboço de mapa para registrar o local onde vivia, surgia a informação de cunho geográfico.
O termo geoinformação pode ser entendido como toda informação que tenha ou que possa ter algum vínculo com um atributo geográfico. Em outras palavras pode-se dizer que geoinformação é a informação com endereço. Neste contexto, entende-se endereço como coordenada geográfica – longitude e latitude.
Uma informação que tem aliada a si sua posição geográfica é chamada de informação georeferenciada, isto é, ela se refere ou se relaciona através das coordenadas geográficas com algum ponto da superfície da Terra.
As coordenadas são convencionalmente dispostas em um mapa, que por sua vez é também uma geoinformação (de caráter gráfico). A partir das referências geográficas podem-se agregar informações semelhantes e representá-las em mapas de forma a justificar fenômenos como, por exemplo, migração de populações, ocupação de solo, mudança da média de temperatura, e outros. Além disso, dados georeferenciados podem ser utilizados para calcular distâncias, definir caminhos, monitorar um local, enfim, há uma infinidade de aplicações possíveis que vem sendo cada vez mais utilizadas tanto nas empresas públicas e privadas como pelo cidadão comum, facilitando tarefas, gerando economia de tempo e dinheiro, etc. Porém, estas aplicações só se tornaram possíveis com o desenvolvimento das novas tecnologias. Toda tecnologia relacionada à geoinformação é muito específica e recebe o nome de geotecnologia.
As geotecnologias permitem a aquisição, processamento, interpretação (ou análise) de dados ou informações espacialmente referenciadas. Entre o que se classifica como geotecnologias estão os satélites de imagens, as câmeras aéreas, os GPS (Sistema de Posicionamento Global), as Estações Totais, os SIGs (Sistemas de Informações Geográficas), os softwares de processamento de imagens e os softwares de visualização (em 2D ou 3D) e outros.
Dominar a geoinformação e utilizar os recursos das geotecnologias garante um diferencial a projetos das mais diversas muitas áreas, sendo imprescindíveis para o controle do meio ambiente, o planejamento de cidades e a definição de políticas públicas.

Lilia Maria Faccio

Hoje é uma postagem diferente.
Este texto é a introdução do meu trabalho sobre geotecnologias.