sexta-feira, 28 de maio de 2010

Jogo rápido – sugestão de atividade

Recebi um e-mail do meu amigo Mikka comentando o meu post anterior e contando uma atividade que ele faz com alunos do cursinho. Segue o que foi escrito:

É bem rápida (Cursinho é tudo rápido).
Entro em sala no primeiro dia e digo para escrever numa folha as respostas.
1- Posso começar?
2- Qual o seu nome?
3- Qual o nome da sua mãe?
4- Qual a sua idade?
5- Qual a carreira escolhida?
E mais algumas perguntas.
Depois eu digo:
Qual a primeira resposta dada?
Invariavelmente eles respondem o nome, eu corrijo dizendo “sim”, que é a resposta da primeira.
Parafraseando meu grande amigo Pier Luigi: “Isto é falta de atenção, onde vocês querem chegar sem ela?”

Obrigado
Profº Edinho (Mikka)

Adorei a atividade. Se um dia voltar à sala de aula certamente usarei.
Lilia Maria

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Você sabe seguir instruções?

Quando ainda era professora de matemática, havia uma série de atividades que costumava desenvolver com os alunos, principalmente na primeira semana de aulas. Acho que a que sempre causava impacto era esta. Eu entregava uma folha de sulfite para cada aluno dizendo que não iria ler nem responder nada durante a atividade, pois entender o que era pedido fazia parte da avaliação.
Na folha estava impresso o que segue:

VOCÊ SABE SEGUIR INSTRUÇÕES?

1.Leia as instruções abaixo antes de realizar qualquer tarefa, mas trabalhe o mais rápido que puder.
2.Ponha seu nome abaixo, sendo o sobrenome primeiro.
3.Conte e escreva quantas letras tem o seu sobrenome.
4.Multiplique por 3 e escreva o resultado.
5.Escreva o nome da sua cidade de nascimento.
6.Feche os seus dois olhos, se houver mais algum feche-o também, a abra-os um de cada vez.
7.Fale em voz alta o seu nome, ao chegar a essa instrução.
8.Verifique se seu nome está corretamente escrito na instrução 2.
9. Escreva o nome do seu professor no canto inferior esquerdo.
10. Agora que você leu todas as instruções cuidadosamente, faça apenas o que manda as instruções de número um e dois, e ignore todas as outras instruções.

Invariavelmente, com raras exceções, claro, ninguém seguia a primeira instrução. Quando chegava na décima era o caos. Todos queriam retificar, justificar e me crucificar... Mas por um bom tempo eles se lembravam de seguir rigorosamente aquilo que era pedido. Era um ótimo exercício.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pão! Êta trem bão!!!

Fresquinho, quentinho,
Com manteiga
Ou pão com pão.
Tem coisa melhor?
Descobri que tem,
Mas não vou contar.
Quem quer saber
Vai ter que advinhar...
Ou experimentar...
Pão com queijo,
Pão e um beijo,
Pão com geléia,
Pão delícia,
Pão de minuto,
Da hora boa
Do fim da tarde.
Sem pressa de ir embora,
Sem pressa de terminar.
Vem que a fornada está saindo,
Vem que o café está quentinho,
É só chegar ...
Servido????

Lilia Maria

Soa como um convite. Na minha casa sempre tem café com pão. E, se não tiver, é só descer e entrar na porta quase ao lado no meu prédio. Lá funciona uma padaria daquelas que dá água na boca.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dama da Noite

Sigo e persigo este aroma
Que me alucina como droga poderosa.
Fico romântica,
Fico mansa,
Fico sonhando com contos inacabados!
É o passado me animando,
É o presente me contestando,
É o futuro se delineando!
Ah! Louca magia deste perfume,
Que seduz a minha alma,
Que me transporta para uma nuvem,
Que flutua na borda do céu.
Como o raio de luar,
Que livre invade a minha janela,
Não tenho como prendê-lo
Ou eternizá-lo dentro de um frasco.
É tão livre como estes pensamentos
Que escrevo nesta tosca folha de papel.


Lilia Maria
05/05/2010

Quem nunca parou para saborear o perfume desta flor?
Eu não sei qual o poder que ele tem sobre mim, mas é sentí-lo e deixar minha alma voar livre através dos tempos, através dos sonhos.
Tenho uma plantada em um vaso na minha varanda. Tem apenas dois galhos coberto de flores que acabaram de desabrochar. Minha casa toda está perfumada. Estou flutuando... É como se a felicidade tivesse invadindo cada cantinho desta minha morada.
Obs: este post deveria ter sido publicado na data da poesia, mas fiquei esperando uma resposta de um e-mail que só chegou hoje. Resultado: demorou tanto que as flores já acabaram...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Porta de segurança de banco – ninguém merece!

Quando ainda estamos ouvindo falar sobre a morte de um aposentado que foi baleado na porta de um banco, hoje mais uma vez vivi meu dia de horror para entrar na agência do Itaú onde sou correntista.
Saí de casa com a bolsa para resolver algumas coisas, entre elas deveria passar nos bancos. Primeiro entrei no Santander. Como sabia que a minha bolsa estava com muita coisa dentro, coloquei no armário que fica perto dos caixas eletrônicos na parte externa da agência. É um armário simples, com portas numeradas e uma fechadura comum. Não tem erro. Coloca a bolsa, fecha a porta e carrega a chave.
Depois fui ao Itaú. A idéia era fazer o mesmo. Há um armário cujas portas ficam fora da agência. Na rua mesmo... É todo sofisticado. Usa -se um cartão magnético para abrir a porta. Certamente é muito prático... quando funciona. Em questão de uma semana fui a três agências com o meu pai. Em todas o tal dispositivo estava quebrado. Aí o negócio é tirar tudo que for metal da bolsa e colocar no suporte próprio na porta giratória.
Pois então, como não podia guardar a bolsa, fui tirando coisas de dentro e tentando passar. Aí vem a segurança:
- A senhora tem guarda-chuva?
- Não! Mas, tenho uma placa metálica na perna.
-Celular?
- Já tirei! Olha, tenho uma placa metálica na perna.
- Moedas, óculos com armação metálica, relógio, pulseira...
Nada, a porta continuava a apitar. E a dita cuja simplesmente ignorando o que eu estava falando. Juro que se não fosse tão importante eu teria ido embora. Fiquei tão nervosa que esvaziei a bolsa na calçada e fui recolocando um a um todos os meus pertences e mostrando para o pessoal que estava acompanhando a minha trama.
Uma vez separado todos os possíveis empecilhos, lá fui eu mais uma vez. E a porta continuava a apitar. Aí ela faz sinal para o segurança que fica na retaguarda e misteriosamente a porta se abre... Dá vontade de sair no braço com o sujeito. É abuso de autoridade. Parecem que eles ficam rindo do desespero das pessoas.
Enquanto eu estava aguardando ser atendida, mais uma porção de pessoas teve problemas.
A gerente fez questão de registrar o ocorrido, mas de que adianta? Vão consertar os tais armários? Vão contratar seguranças mais atentos? Vão se preocupar em melhorar o esquema?
Nós pagamos muito caro para sermos tratados como bandidos.
Lilia Maria

sábado, 8 de maio de 2010

Menina bailarina

Segue a vida caminhando
Devagar e na ponta dos pés
Como se fosse a bailarina
Que a cada passo se equilibra
Mesmo saindo do tropeço,
Mesmo tendo que recomeçar.
Segue firme seu destino
Sem tempo de descansar,
Pois a música da vida não pára,
E vivendo é preciso bailar.
Salta, rodopia e volta a caminhar.
É assim e assim será.
Com cadência e maestria,
Viva a vida como um bailado
Que não tem hora para terminar.

Lilia Maria

06/05/2010

Este poema foi escrito especialmente para minha irmã Livia Cristina por ocasião do seu quinquagésimo aniversário.

sábado, 1 de maio de 2010

Pedaço de Mim

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Chico Buarque

1º de maio de 1994, um dia que nunca mais vou esquecer...
Nesta época eu estava prestando concurso para analista de sistemas senior na UNESP.
Na SME, a Suzy (Suzete Rodrigues Martins, minha parceira) e eu tínhamos organizado o Primeiro Encontro de Informática de SME. Na sexta-feira, 29 de abril, enquanto acontecia o evento eu estava participando de uma das provas. Quando entrei no prédio da PRODAM no Ibirapuera tive a nítida impressão que alguém falava de um acidente com o Ayrton Senna nos treinos. Olhei para os lados e não vi ninguém. Subi a rampa que levava ao primeiro andar onde ficava o auditório. Perguntei a uma das colegas o que havia acontecido com o Senna e ela contou do acidente com o piloto Rubinho Barrichelo. Tenho certeza que não foi isso que escutei.
No sábado durante o treino de classificação, um novo acidente me fez lembrar da voz que escutara no dia anterior. Roland Ratzenberger morreu depois de se chocar a 308 km/h no muro da curva Villeneuve. Todos diziam que a bruxa estava solta. E estava...
No domingo levantei cedo pois tinha que estudar para a última prova do concurso. Liguei a TV e eles estavam mostrando o Senna examinando o carro. A cara de preocupado e o olhar triste, como se estivesse despedindo da vida, apertou meu coração. Avisei a família: vou tomar banho, se o Senna morrer não vai ter prova amanhã. Falei brincando, mas no fundo sabia que era verdade.
Estava tomando banho e a corrida estava começando. De repente, "a voz"... Como um filminho eu vi o acidente com aquele carro azul acontecer. Foi tempo de sair do chuveiro e correr para sala para acompanhar os últimos segundos da corrida do Aylton. Lembro que o Ramon estava ao meu lado e torcendo para que a câmara mostrasse algum sinal de vida. Nada... Passaram-se horas até que dessem a fatídica notícia.
Parecia que o mundo desabara. Chorei copiosamente. De certa forma me sentia culpada, mesmo sabendo que não havia desejado aquilo. Ele era meu ídolo, meu exemplo de vontade e determinação.
Poucos dias depois, andando na rua, vi uma performance de dança com esta música homenageando o Ayrton. Fiquei tocada. "A saudade é o revés de um parto" nunca fez tanto sentido para mim.

Lilia Maria