sexta-feira, 30 de abril de 2010

Aconteceu há 60 anos...

Hoje meus pais completam 60 anos de casados. Eu até queria comemorar, mas eles não quiseram. Vai saber...
Hoje pela manhã eu fui até a casa deles e depois saí com o meu pai. Ele me deixou em casa a meio dia e foi para a casa dele. Mais tarde eu passei por lá de novo. Olha só que coisa linda! Ele havia comprado um buque de copos de leite para a mamãe. Depois de 60 anos ele lembrou que quando eles se casaram o buque dela era de copos de leite e que a caminho do Rio de Janeiro, onde eles passaram a lua de mel, fizeram uma parada em Aparecida para ela depositar as flores aos pés da Santa.
Hoje eles têm respectivamente 85 e 79 anos. Ela tinha 19 quando se casou. Era quase uma menina... Meu pai lembrou hoje também que o juiz de paz disse após a cerimônia civil que a partir daquele momento ele era responsável por ela. Na época a maioridade só acontecia depois dos 21 anos.
De certa forma hoje ele também deveria ser responsável por ela, mas ele não consegue aceitar que ela tem problemas de senilidade. Deve ser difícil mesmo. Eu às vezes me choco quando ela me confunde com a irmã mais velha. Hoje mesmo ela me perguntou da minha filha Regina (que na verdade é sobrinha dela). Eu não sabia se ria ou se chorava. Que difícil é envelhecer...
De qualquer forma, parabéns a eles! Que Deus os abençoe e dê paciência aos dois (e para mim...) para continuarem juntos a caminhada.


Lilia Maria

segunda-feira, 19 de abril de 2010

PRÓLOGO


"Asad-Abu-Carib, rei do Iémen, ao repousar, certa vez, na larga varanda do seu palácio, sonhou que encontrara sete jovens que caminhavam por uma estrada. Em certo momento, vencidas pela fadiga e pela sede, as jovens pararam sob o sol causticante do deserto. Surgiu, nesse momento, uma formosa princesa que se aproximou das peregrinas, trazendo-lhes um grande cântaro cheio de água pura e fresca. A bondosa princesa saciou a sede que torturava as jovens, e estas, reanimadas, puderam reiniciar a jornada interrompida. Ao despertar, impressionado com esse inexplicável sonho, determinou Asad-Abu-Carib que viesse à sua presença um astrólogo famoso, chamado Sanib, e consultou-o sobre o significação daquela cena a que ele - rei poderoso e justo - assistira no mundo das Visões e Fantasias. Disse Sanib, o astrólogo: Senhor! As sete jovens que caminhavam pela estrada eram as artes divinas e as ciências humanas: a Pintura, a Música, a Escultura, a Arquitetura, a Retórica, a Dialética e a Filosofia. A princesa prestativa que as socorreu simboliza a grande prodigiosa Matemática. Sem o auxílio da Matemática - prosseguiu o sábio - as artes não podem progredir e todas ciências perecem." (MALBA TAHAN, O HOMEN QUE CALCULAVA)
Este trecho do livro "O homem que calculava" foi o prólogo do trabalho "A Arte e a Matemática", apresentado por mim e pela colega Maria Cristina Barros da Silva Rodrigues Leite, ao final do curso de "Metodologia do estudo da Matemática" ministrado pelo Prof. Dr. Vinicio de Macedo Santos na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo no ano de 2005.
Embora este curso fosse dirigido aos alunos da graduação em Licenciatura em Matemática, nós duas cursávamos como alunas especiais e prováveis postulantes ao mestrado.
Usar arte como motivação para o estudo da matemática, em particular da geometria não é uma idéia original. Porém o que sempre tenho visto é apenas uma pontinha do que pode ser feito. Além do mais, é preciso de muito estudo, muita pesquisa, uma boa dose de criatividade e bastante trabalho para se preparar aulas com qualidade.
Um dia ainda vou pensar melhor neste assunto.

sábado, 17 de abril de 2010

Paixão

Que o rubro dos meus lábios
Toque a sua pele macia
E trace um caminho de fogo
Que te desperte e aqueça.

Que beijos e mais beijos
Te façam vibrar de prazer.
Que o seu corpo molhado
Venha se aconchegar junto ao meu.

Ah! Paixão que me consome!
Corpo e alma entrelaçados,
Sem mistérios ou segredos.
Para uma entrega plena e profunda.

Que braços se abracem,
Que bocas se procurem,
Que num momento de pura magia
Eu adormeça junto a quem a fome me sacia!

Lilia Maria
set/2002

Adoro a última estrofe. Para mim ela é o poema do poema.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Doce deleite

Olhar acarinhando,
Seduzindo,
Brincando.

Sorriso gostando,

Entregando,
Chamando.

Gesto insinuando,

Convidando,
Enlaçando.

Língua provando,

Degustando,
Exigindo,
Buscando.

Palavras molhando,

Delirando.
Bocas sondando,
Enlouquecendo.
Corpo deitando,
Oferecendo.

Lábios chamando,

Querendo,
Sussurrando.

Mãos empurrando,

Trazendo,
Experimentando.

Gemidos,

Sussurros,
Explosão de cores.

Paz,

Aconchego,
Sonho...

Lilia Maria
set/2002

Este é mais um poema da série sensual. Claro que alguns poderiam achar pornográfico pois ele é muito explícito. Eu particularmente acredito na pureza daquilo que é feito com amor, seja lá o que for.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Beijo Roubado

Lábios se tocam,
Levemente,
Gentilmente,
Se entreabrem,
Suspiram...

Ah! Língua atrevida!
Insinua,
Invade,
Convida.
E aprofunda...
E recolhe...
E chama...

Uma doce dança,
Uma troca,
Um prazer,
Um martírio,
Um devaneio.

Lilia Maria
31/08/2002

Ontem recebi um e-mail dizendo que era dia do beijo. Será? No próximo dia do beijo vou sair beijando o mundo... (rs) Só não garanto que serão beijos roubados como este que descrevo no poema. Quando escrevi isso, o Prof. Gerson Pigatto classificou como "pornográfico". Eu diria que é sensual. E você que acabou de ler, o que você acha?

domingo, 4 de abril de 2010

Sonho Impossível

Sonhar, mas um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo e cravar esse chão
Não me importa saber se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei for meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor brotar do impossível chão


De Joe Darion, Mitch Leigh (versão em português de Chico Buarque)
Do filme "O homem de la Mancha"

Esta música me acompanha desde que eu a ouvi pela primeira vez em 1973. Cada verso, em separado, motivou a virada em algum momento importante da minha vida. Hoje eu estaria cantando "Lutar quando é fácil ceder". Eu vou à luta e VOU VENCER.

Lilia Maria