sábado, 19 de junho de 2010

Ramon Ortiz

Há exatamente um ano escrevi um post sobre o Chico Buarque de Holanda, para mim, o mais ilustre aniversariante de hoje.
Hoje o post não será para o mais ilustre, mas sim para o mais querido. Quer pessoa mais querida do que o pai das minhas filhas?
Conheci o Ramon com atraso de alguns anos. Lembro-me que em algum momento dos meus dezessete anos, estava passando o domingo na casa de um amigo do meu pai em Caraguatatuba. A esposa dele me convidou para passar a semana com eles. Quando argumentei que não tinha roupa, a filha do casal me ofereceu as dela. Havia ainda uma senhora espanhola, Dona Carmen, que argumentou que estava para chegar uma família de amigos que estariam trazendo os filhos e que seria muito divertido. Agradeci muito o convite e não fiquei.
Anos mais tarde, já casada, o Ramon resolveu visitar o padrinho em Caraguatatuba. Na viagem ele comentou que não o via há pelo menos uns dez anos. Quando cheguei tive a impressão que conhecia aquelas pessoas e que já havia estado naquela casa, mas não comentei nada.
De volta a São Paulo fui até a casa dos meus pais e peguei um álbum de fotos. Lá estavam eles: o Sr. Antonio e Dona Carmen. As crianças que estariam na casa deles eram justamente o Ramon e seus irmãos.
Depois desta ida a Caraguatatuba nos encontromos diversas vezes. Numa delas Dona Carmen fez uma proposta. Ela disse que devíamos comprar uma caixa de champanhe e que a cada ano deveríamos tomar uma garrafa inteira no dia 31 de dezembro. Como diziam que o mundo iria acabar na passagem do século, em 31 de dezembro de 1999 tomaríamos o que sobrasse na caixa, pois se o mundo acabasse, estaríamos tão bêbados que nada iríamos sentir. Pena que ela não viveu para executar a proposta. Nós também não executamos, mas bebemos champanhe em Paris para saudar o novo século.
Voltando ao aniversariante de hoje. O Ramon é uma pessoa com muitos defeitos, mas de qualidades incríveis. É o melhor amigo que alguém pode ter, mas o pior inimigo que pude conhecer.
Eu sempre digo que o Ramon nunca fica no meio termo. Ou ele ama ou ele odeia. Quando nos separamos ele não me amava, claro, então me odiava. E fazia questão de deixar isso devidamente registrado para o mundo. Hoje felizmente (creio) conseguimos chegar numa boa convivência. Não que tenha voltado a me amar, mas virei exceção, ele não me odeia mais. Quanto a mim, tenho por ele um carinho enorme. Ele me mostrou o que pode ser o inferno, mas em compensação, me fez tocar o céu com a ponta dos dedos.
Feliz aniversário Ramon! Que Deus o ilumine e proteja sempre.
Lilia Maria
Em tempo: feliz aniversário ao Chico Buarque e ao Maurício Moscatelli.

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