quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Canção do nada



Era doce,
Era pura,
Era cantiga antiga,
Era canto de ninar.
Tinha rima,
Tinha refrão.
Tinha mais de uma paródia,
Uma para cada situação.
Era meu verso,
A minha lira,
O meu hino,
O meu diapasão.
E me cabia como a luva,
E me cobria como um véu,
Era meu tudo,
Era meu nada,
Minha história,
Meu ocaso.
E vou ficando por aqui,
Antes que a voz venha a faltar
E nunca mais possa cantar.

Lilia Maria

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