sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dia Torto

O dia nasceu torto.
O sol não raiou,
A chuva caiu,
O ar esfriou,
O despertador não tocou,
Parou.
Acordei atrasada,
Estressada.
O carro não pegou,
A gasolina acabou,
E o dia que nasceu torto,
Mais torto ficou.

Aos trancos e barrancos,
As horas foram passando,
E o dia entortando.
O chefe faltou,
O almoço esfriou,
O computador não ligou,
A ponta do lápis quebrou,
Nem o café chegou.
O dia seguiu torto.

Voltei para casa,
Ônibus lotado
(Lembra, o carro quebrou...),
Meu dinheiro perdi,
Descer, quase não consegui.
Fiquei desolada.
Estou mais que cansada,
Não falta acontecer mais nada.

O dia começou torto...
Mas torto ele não vai terminar.
Nada vai me derrubar.
Um banho quente eu vou tomar,
Meu melhor pijama vou colocar.
No meu quarto vou me abrigar.
Minha cama está me esperando,
Meu travesseiro chamando,
Vou logo dormir e sonhar,
Que um lindo dia vai começar.

Lilia Maria
19/11/2002

Quando escrevi este poema, o Prof. Pedro Sérgio Candolo, um amigo daqueles que a gente guarda com muito carinho, trabalhava comigo. Ele riu muito de toda a situação. No dia seguinte ele ficou impressionado, pois quase tudo que eu havia escrito aconteceu... Obra do acaso... E realmente eu não me dei por vencida, superei as adversidades e segui em frente. Não há nada como um dia após o outro.

Um comentário:

  1. Lilia
    Minha querida Lilia...
    É verdade! A mais pura verdade e escrita da forma mais pura e simples... Real e poético!
    ... E você se lembrou que eu realmente ri muito (no meio daquela montanha de trabalhos que tínhamos na ocasião)...
    Que delícia!
    Beijos
    Pedro Candolo(me aposentei em outubro de 2008 mas, continuo: no mesmo trabalho e no mesmo local).

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