sábado, 31 de julho de 2010

Velha coroca? Eu?

Na semana passada saí com minha filha mais velha para comprar um presente de aniversário para a mais nova. Entramos numa loja que tinha um espaço “túnel do tempo”. Quase “babei” na decoração. Tinha uma vitrolinha amarela com um disco de vinil do Mike Jagger e um monte de outras “cositas” anos 60/70. Para mim é sempre um mergulho no tempo.
Duas vendedoras, novinhas ainda, tipo 20, 22 anos, perceberam que eu estava meio que emocionada. Vieram conversar comigo. Aí eu contei a elas que quando fui morar em São Carlos para fazer faculdade, meu pai havia me dado de presente um aparelhinho daqueles e que eu tinha até hoje uma montanha de discos, muito bem guardados. Elas me perguntaram qual era para mim a maior relíquia entre eles. Uau!!!! Todos! E fui enumerando e contando as histórias:
- Álbum Branco dos Beatles – quando saiu a série numerada em CD, ganhei um das minhas filhas. A cópia é tão perfeita que até as fotos que existiam no original estão nela e em escala!
- O último álbum do Simon and Garfunkel, gravado ao vivo num mega-concerto no Central Park de Nova York no dia 19 de setembro de 1981. Elas se impressionaram com o fato de eu dar a data e perguntaram se eu assisti. Expliquei que não e que nem poderia pois neste dia eu estava me casando. Quando o disco saiu no Brasil, o Ramon me deu de presente.
- A coleção completa dos discos do Chico até anos 80. Os primeiros ganhei de presente de um amigo queridíssimo... Elas não acreditaram muito. Não que eu tivesse os discos, mas que os discos havia sido presente de alguém que era SÓ amigo. Eu disse que era amigo até hoje e aí veio toda a história do Chico no circuito universitário que eu já contei aqui.
E quando falo do circuito Universitário acho que os meus olhas brilham! Comecei a contar dos shows do Vinícius de Moraes e Toquinho. Foram dois. Fiquei sentada quase que no palco e mais um pouco pegava o microfone para cantar junto. Falei do show da Elis Regina. Ela cantava e era como se a música entrasse na gente. O corpo todo vibrava ao som de cada nota musical.
Lembrei também de um show do Ivan Lins que foi feito no salão de esportes da faculdade de Educação Física. Na época ele estava brigado com a música Madalena que os críticas qualificavam de “comercial”, “feita para vender discos”. E daí? Ela era vibrante, marca registrada... Todo mundo pedindo para cantar e ele não cantou.
No meio da conversa aparece minha filha e fica brava... Palavras dela:
- Mãe, você está uma velha coroca... onde já se viu ficar contando essas histórias? Você acha que as meninas queriam saber dessas coisas?
Filhos...

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