Olha só a menininha... Magricela, joelhuda, cabelo liso e espetado... Lá vai ela procurar o irmão. Encontrou tudo. Encontrou todos. Menos quem procurava... E no meio deste olha pra lá e pra cá, o coração pára, o sangue gela nas veias, um arrepio desconhecido percorre a coluna da base do crânio ao cóccix. Os olhos se fixam em outros olhos... Azuis da cor do céu, céu onde neste momento, ao invés de anjos cantando, ouve-se o riso maroto do arqueiro que dispara sua fecha certeira e crava no coração inocente daquela menina-flor que nem ainda desabrochou...
Corta a cena... Passa o tempo... Quanto tempo? Dez... Quinze... Vinte anos... Todos seguiram seus caminhos... Cada qual vai escrevendo a sua história. Cada um está feliz ao seu modo e em seus lugares. Os caminhos são divergentes, estão fadados a nunca mais se cruzarem... E na caminhada a menina, agora uma mulher, olha para os lados procurando... Encontra tudo... Encontra todos... Menos quem gostaria de encontrar... O coração está cicatrizado há muito... Restou carinho. Restou saudade. Restou curiosidade... Que foi feito do menino?
O tempo vai passando, as lembranças vão se apagando, e num último sopro de recordações finalmente aqueles olhos azuis conseguem enxergar, não mais a menina, mas a mulher que passou a vida toda esperando um dia ser vista pelo dono daquele olhar...
Lilia Maria
Lindo!
ResponderExcluirOi Kelly,
ResponderExcluirQuando escrevi não tinha gostado tanto. Achei muito ingenuo, muito pueril... Mas depois de postado, li e reli inúmeras vezes e percebi que a beleza está justamente na ingenuidade, na pureza dos sentimentos que estão envolvidos.
E aí me apaixonei pelo texto.
Grata pelo comentário.
Lili,
ResponderExcluirMuito legal,particularmente porque deixa no ar a dúvida: O que aconteceu depois????
Oi Marcinha!
ResponderExcluirÉ aí que mora a graça do texto... Deixar o suspense no ar... Cada um pode imaginar a seu modo como termina esta história.
Você arriscaria escrever um final?
Lili,
ResponderExcluirDe fato tens razão.
Finais assim é que dão a graça para a verdadeira literatura (obra polissêmica)
Mas... Não vou arriscar um final não. Este final é particularmente seu e todo seu, especial pra ti e de ti. Só terá sentido se por sua imaginação ele for gerado e já foi.
Muitos finais poderão surgir, múltiplos autores poderão criar um final seja ele alegre ou triste, bom ou ruim, seja ele sem fim. Mas só o seu final ,aquele final que você já forneceu que é a indagação do que virá,é o final ideal.
Abração!
Marcinha,
ResponderExcluirAí é que vc se engana... Realmente esta é uma história sem fim... O que pode acantecer?
Há muitas possibilidades... Só espero que no final eles sejam felizes para sempre e isto não significa que eles teminem juntos...
podemos filmar?
ResponderExcluirsil bjs
Oi Sil
ResponderExcluirSe vc quer transformar em filme, deixe pelo menos que eu escreva o livro. Aí a gente transforma em um roteiro.
Como eu já falei, o texto foi reescrito em forma de poema e está em um concurso. Se for selecionado, é um bom termômetro.
Bjus