segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

E agora?

E agora, Amor?
Você não é o José,
O José do Drummond,
Que estava na festa,
Quando a luz acabou,
Quando o povo sumiu,
Quando a noite esfriou.
Você, que não é um sem nome,
Não zombe dos versos
De quem ama você.
E agora, Amor?
Agora é com você.
Você, que andava sem rumo,
Vai entrando no prumo.

O José do Drummond
Não tinha discurso,
Não tinha mulher,
Não tinha carinho,
Não podia beber,
Não podia fumar,
E agora, Amor?
Você pode tudo!
Está com a chave na mão,
É só abrir a porta.
E para você a porta existe,
O mar não secou,
E você nem precisa ir para Minas,
Minas que para o José acabou...
Amor, e agora?

Você não está sozinho no escuro,
Não é um bicho do mato,
Nem precisa de cavalo preto
Para fugir a galope.
Você não é o José do Drummond,
Nem eu sou o Carlos que escreve poesia
E que pergunta insistente:
E agora, José?

A vida é sua,
Seu povo não sumiu
Sua festa não acabou,
A noite não esfriou,
A luz não apagou,
Ninguém partiu
E estamos esperando você.
E aí, Amor? Você não vem?

Lilia Maria

Este poema, um quase plágio do "E agora José" do Drummond, é apenas uma gostosa brincadeira com palavras e idéias. Um dia ainda escrevo outra no mesmo estilo utilizando a pedra do caminho ou o bonde cheio de pernas.

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