sábado, 6 de junho de 2009

Tempo e movimento

Dentro da Matemática nada me encantou mais do que estudar alguns paradoxos. Como na época da minha graduação eu andava muito com a turma da minha irmã, Livia, quase 8 anos mais nova do que eu, de vez em quando eu ficava filosofando e divagando sobre as coisas que eu ia lendo e aprendendo. Normalmente a molecada ia no embalo dos meus pensamentos. Era um verdadeiro exercício de lógica! Aí o pessoal achava que eu estava “viajando” e perguntavam para minha irmã qual o "ácido" que eu havia tomado. Logo eu... A “careta” da história...
Nunca precisei de qualquer tipo de droga para viajar, bastava e basta ainda, embarcar em alguma idéia ou sonho. Eu vôo alto!
Mas vamos ver os paradoxos que eram os maiores alvos do meu encanto. Claro que vou contar toda uma história para exemplificá-los.
Imagine aquele arqueiro que protagonizou o momento mágico da Olimpíada de Barcelona, acendendo a pira olímpica disparando uma fecha incandesceste em direção a ela. Será que ele realmente conseguiu acendê-la? Muita gente diz que não, que tudo não passou de uma grande encenação, etc., etc.
Se analisarmos a situação, podemos pensar que, para atingir o alvo, a flecha deve passar pelo ponto que determina a metade da distância entre o arco e o alvo. Assim que a flecha atinja este ponto, ela terá que atingir o ponto que determina a metade da distância entre o ponto anterior e o alvo. Sucessivamente, a flecha sempre deverá vencer a metade do ponto onde se encontra e o alvo. Desta forma sempre haverá uma “metade” de distância a percorrer, portanto o alvo nunca será atingido.
Podemos partir também de outra hipótese, esta com relação ao tempo. O tempo é uma sucessão de instantes, certo? Se olharmos a flecha em cada instante, como se estivéssemos fotografando, dentro de cada instante ela estará parada, certo? Se ela está parada em cada instante, então ela não se movimenta, e se ela não se movimenta, não atinge o alvo.
Meio maluco, n’é?
O doidinho que pensava estas coisas era o filósofo grego, Zenon, nascido na cidade de Eléia e que viveu entre 490 e 430 A.C.

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