sábado, 7 de maio de 2011

É proibido morrer

Hoje, no final da tarde, fui surpreendida, com a notícia da morte do meu sogro. Não que não estávamos esperando, ele já não estava bem há algum tempo e na última semana foi internado com insuficiência respiratória.
Eu realmente fiquei muito triste, e até sinto-me em falta com ele, pois fazia tempo que eu não o visitava. Mesmo separada do filho dele há quase dez anos, nós nunca deixamos de nos ver, pois para nós só existe ex-marido. Ex-sogra, ex-sogro, ex-cunhados, não cabia no nosso dicionário.
Que ele encontre a luz...
Embora minhas filhas tenham convivido muito mais com os meus pais, elas sentiram muito a morte do avô, acho que até mais que a da avó, há seis anos.
Quem me deu a notícia foi a minha filha Andrea. Eu estava na casa da minha irmã com os meus pais e ela me ligou pedindo para que eu fosse para casa. Ela estava carente. Precisava do colo da mãe. Como eu estava com o carro do meu pai, ela foi me buscar na casa dele.
Mal entrou na casa foi dizendo:
- Vô, vó... Vocês estão proibidos de morrer.
Meu pai deu risada, pois ele não está bem e sabe que mais cedo ou mais tarde vai ter que se despedir da gente. Minha mãe não entendeu...
No carro ela disse que a proibição era para mim também.
Claro que eu não quero morrer. Eu me sinto cheia de energia, tenho muitos planos de futuro, procuro não pensar nas minhas tristezas, mas a gente nunca sabe a hora.
Então estamos proibidos de morrer. E vocês, meus amigos que lêem o que escrevo, estão proibidos também.




Lilia Maria

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