sábado, 14 de maio de 2011

Um poema inspira outro...

Moramos em casa cheia
De poetas velejadores
Que passeiam pela vida
Surfando em palavras velozes
Que penetram alma adentro
E acendem as tochas da paixão.
Somos magos do pensamento
Que flutuam nos sete mares
Como ilhas habitadas
Por alegria, por amor e por saudade.
Se do rosa fazemos o azul
É porque poetas têm outros olhos
Para ver o mundo em que estão.

Lilia Maria

Acabei de escrever estas palavras como um comentário ao belíssimo poema do Rogério Santos:


Rotas e Istmos
ROGERIO SANTOS

minha verdadeira casa
é onde mora a poesia
na gente no mundo
nas veias abertas dos rios
nas folhas ao vento
na fruta caída do pé
nas falhas da Terra
quintal de chão batido
redemoinho de saci
trator-de-lata-de-óleo
grão de areia e matacão
elã de vulcões e geleiras
aviões e barcos de papel
ritmo de rotas e istmos
estrada de mares e céu
nas palavras salva-vidas
nos luares pára-quedas
e no brilho dos olhares
quando miram estrelas
quando o abraço é uma teia
e a boca é copo cheio
quando a sede é de saliva

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